Penelope Lagera | 2023
Translation to Portuguese by Maite Benavides | English follows
Pesquisa De Campo No Brasil: Agroflorestas
Penelope Lagera | 2023
Introdução
Antes de chegar à Serra Grande, estava nervosa com a viagem porque, à medida que os dias se aproximavam do nosso voo, tinha medo de não ser capaz nem de estar munida com a experiência certa para conseguir um bom trabalho de campo. Não importa o quanto eu assistisse ou lesse os recursos antes da partida, eu questionava minhas habilidades para mergulhar no trabalho de campo. Não importava o quanto eu assistisse ou lesse os recursos pré-partida, era difícil para mim compreender plenamente os conceitos apresentados. Porém no segundo em que chegamos em Serra Grande e pude sentir o clima nostálgico e ver as comunidades familiares, percebi que esta não era uma experiência totalmente nova para mim, já que venho das Filipinas, um pequeno país composto por centenas de ilhas. Ao longo da minha viagem, percebi que os dois países tinham passados coloniais semelhantes, uma vez que os países que conhecemos hoje foram construídos sobre as terras áridas deixadas pelo colonialismo. Escolhi a agro-ecologia como a minha investigação de campo porque também venho de uma família de agricultores, porém sempre me senti desconectada dela porque deixei o meu país há mais de uma década.
Este projeto de investigação de campo lembrou-me quem eu sou e o que representam as nossas existências moldadas pelo colonialismo. O Brasil me lembra a importância de resistir continuamente ao colonialismo, e que o nosso triunfo na nossa vida cotidiana se torna a esperança de um amanhã melhor. Os brasileiros me mostraram que os seus corações são mais fortes do que qualquer poder imperialista. Sua resiliência é palpável; não importam as circunstâncias, eles encontram uma maneira de contornar isso. Sabem construir casas com tão pouco, e sabem transformar a terra em caminhos para se conectarem uns aos outros. Minha pesquisa explorou a inter-seccionalidade do ambiente e seu senso de ser; uma vez que eu queria me concentrar na capacidade dos ambientes físicos moldando as pessoas, porque seu ambiente e a sua educação alimentam como a pessoa interage com o mundo e com as pessoas ao seu redor, mas como lindamente colocado por um ativista indígena, "mesmo que eles cortem nossas raízes, basta uma gota de fertilizante" para que nossas flores desabrochem enquanto esperamos pela próxima primavera. Este artigo explora a minha compreensão de como as minhas raízes convergiram com as do Povo da Serra Grande, e como a sua capacidade de plantar jardins e romper o concreto me mostrou a importância da sustentabilidade, da conservação e de lembrar o sentido da vida que tem sido transmitido por gerações.
Antes de entrar no campo: Aprendendo sobre Agro-ecologia
Nosso tutor Paolo nos ensinou sobre biodiversidade - mudanças sucessivas nas florestas, princípios da chuva de sementes, espécies pioneiras, espécies nativas, espécies estrangeiras e como a biodiversidade local é importante na forma como as plantas crescem, porque ajuda a manter a integridade da floresta e devolver nutrientes ao solo. Os agroecologistas entendem quais plantas dão estrutura e ajudam a diminuir a erosão, e replantam para a restaurar a floresta. Eles não fazem nada de novo, eles simplesmente imitam os processos existentes da floresta e tentam replicá-los. Aprendemos sobre os princípios básicos do processo do cacau de antemão, mas percebi que a grande vantagem de estar no campo é que você pode experimentar o clima, as condições de trabalho e entender a vasta terra com a qual os agricultores tentam trabalhar.
Houve uma pergunta que pensei depois de ler Cultivando A Esperança, e foi "que tipo de relacionamento você terá com as pessoas com quem interage?”. Ao compreender que o nosso posicionamento e a nossa relação como investigador e participante poderiam afetar os resultados, esforcei-me por procurar uma relação que mostrasse que realmente queria compreender o assunto. Eu queria me tornar "uma (pessoa) mais do grupo" em vez de ser vista como parte do grupo "dos Outros.” Esta concepção reforçou a minha investigação de campo ao longo das três semanas, uma vez que me ajudou a construir mais ligações com o pessoal da Serra Grande.
Entrevistas de trabalho de campo com Dona Jô
O nosso primeiro dia de campo foi no Bairro Novo, onde nos encontramos com Dona Jô, que veio para a Bahia em 2002 e trabalhou no setor social, mas não quis registrar a sua profissão como ativista de base por razões de segurança. Ela falou sobre como era difícil fazer as coisas como um coletivo porque as pessoas não se importam com as comunidades locais. Se surge um problema, elas mesmas tem que resolver. A mudança climática é um exemplo disso, que tem sido um tom recorrente em todo o nosso trabalho de campo, porque em 2015 houve uma seca que afetou 90 municípios da Bahia, causando escassez de água potável, danos à agricultura e à pecuária. Dona Jô discutiu sobre muitas coisas, e pudemos ver a horta comunitária e como a agro-ecologia está sendo ensinada nas escolas. Ela falou sobre as suas esperanças em como o jardim poderia ensinar os jovens a trabalhar como um coletivo, e seu objetivo era ter 30 crianças trabalhando no jardim, cerca de 2 vezes por semana, em parceria com a biblioteca comunitária, mas ela reconheceu como era difícil, já que os jovens estavam perdendo o interesse em aprender sobre essas práticas e eles estavam indo embora para a cidade. Mas ela estava determinada em relação à horta comunitária, assim como Paolo, porque ambos entendem como as plantas sabem trabalhar juntas naturalmente, porém as pessoas tem dificuldade de fazer isso porque nem sempre pensam como um coletivo.
Entrevistas de trabalho de campo com Juan, Gili, Luli, Matita
No dia 7 de agosto, fomos a uma fazenda familiar de cacau, onde conhecemos Juan, Gili, sua filha Luli e seu namorado Matita. Aqui foi onde eu realmente aprendi o significado do posicionamento, ou esbocei o lado do aspecto do pesquisador. Depois de nos mostrarem a quinta, nos levaram até à cascata. Eu não tinha roupa de banho, uma muda de roupa ou uma toalha, mas não pude evitar. Luli me ofereceu ajuda, e me guiou até a cachoeira. Me lembro como foi incrível. Voltei para a casa descalço porque estava encharcado, mas Gili me deu uma muda de roupa. Todos partilhámos uma refeição, antes de começarmos as nossas entrevistas. Dividímo-nos em grupos e eu entrevistei o Juan. Devido ao meu histórico familiar em agricultura, foi fácil falar com Juan, já que tínhamos um entendimento mútuo de que é difícil encontrar um lugar com as pessoas que dividem uma maneira semelhante de pensar em relação à compreensão e valorização da terra.
Juan falou sobre como a prática de cortar e queimar de gente de fora fez com que as borboletas e outros organismos fossem embora, e como a diversidade da vida aquática diminuiu. Ele veio da Argentina, e compartilhou como, após 7 anos, aprendeu como a terra se comporta. Ele aprendeu quais árvores cultivam o solo, quais espécies eram nativas e aprendeu como lidar com o mercado. Citando a mudança climática, Juan discutiu como sua família tem que pagar um preço por um problema para o qual ele não contribuiu como os combustíveis fósseis e a ganância capitalista. Ele falou sobre como a formação geográfica de sua fazenda está abaixo de uma formação rochosa que foi lentamente erodida ao longo dos anos, e que a erosão tem se acelerado, sem dúvidas, devido aos efeitos das mudanças climáticas e fortes chuvas torrenciais e desmatamento, pois há cada vez menos árvores para evitar que o solo endureça e se transforme em uma substância argilosa que não pode cultivar suas plantações. Ele colocou como as pessoas precisavam trabalhar juntas. Em sua comunidade agrícola, ele falou sobre como você pode vir pedir ajuda pro seu vizinho para ajudar a construir o banheiro - que eles poderiam simplesmente beber, fumar, rir e conseguir tal feito. Ele então falou sobre como as pessoas vão para a cidade, que ninguém quer ficar, e como os jovens sonham além de suas fazendas familiares e procuram ir embora pra cidade.
Nós coincidimos sobre como a cidade faz se desconectar da terra e das pessoas. As nossas mentes ficam poluídas com o capitalismo, e perdemos de vista a beleza natural que nos rodeia porque construímos edifícios sobre jardins, derrubamos árvores e criamos selvas de concreto enquanto incendiamos o que existiu no nosso planeta por séculos. Esta conversa com Juan me levou a desenvolver a minha pergunta de pesquisa sobre a compreensão da narrativa de como as relações criadas nas metrópoles contrastam fortemente com as relações que florescem nas zonas rurais.
Entrevistas de trabalho de campo com a Laís, Tatiane e Aguída
O nosso seguinte trabalho de campo foi em Uruçuca, onde participamos num debate com Laís de Serra Grande, Tatiane e Aguída, Diretora de Agricultura pelo município. Durante o debate, discutiram uma multiplicidade de tópicos, mas eu estava mais interessada em ouvir mais sobre o seu trabalho em prol da solidariedade comunitária, e como eles chegam até famílias como a de Juan, que percebeu-se na nossa entrevista que não sentia que estava recebendo apoio suficiente, especialmente para alcançar os mercados. Mencionaram que tentaram vender na internet para acessar ao mercado internacional, mas não deu certo. Embora tenha sido muito interessante ver as três perspectivas diferentes, solidificou a minha percepção de como a cidade ou as pessoas de alto nível sócio-econômico que residiam na cidade se sentiam desconectados das práticas do dia a dia no campo. Como especialista em Ciência Política, ver a habilidade de responder a uma pergunta sem realmente dar uma resposta não era nada novo, mas foi interessante sentir como a posicionalidade foi destacada durante este trabalho de campo, que contrastava com as entrevistas humildes e alegres que tive com Dona Jô, e Juan, onde parecia que era apenas uma conversa. Enquanto discutíamos temas como incentivar a boa alimentação para uma boa saúde, destacar a segurança alimentar e não apenas a soberania alimentar no Brasil, replantar as sementes do conhecimento ancestral e fertilizar nosso futuro além de apenas ver o cacau como uma mercadoria, estes assuntos eram pontuados pelo diretor de que não são apenas problemas da Bahia, ou um problema do cacau, mas um problema do Brasil. Falaram que a comercialização era difícil, mas tivemos que olhar para o panorama geral do Brasil para compreender que o trabalho que estão fazendo já era bastante grande. Também aprendemos sobre o significado do assistencialismo, que é na prática a ideia de dar o peixe em vez de ensinar a pescar. Mas Tatiane enfatizou que devemos entender os agricultores, que compreendem os seus produtos, e que devemos ajudá-los e trabalhar em conjunto. Esses esforços tornaram-se a base do MST ou Povos de Matas, que é uma rede que trabalha como um coletivo para capacitar agricultores e agroecologistas e pessoas que acreditam em querer fazer uma mudança. Mas, mesmo que trabalhassem para se diversificar e se mobilizar, precisavam de mais ajuda de políticas públicas que os ajudem. No entanto, este dia resumi a minha pergunta de pesquisa, porque o contraste entre eles nos dando uma cesta de presente com folhetos em português (sabendo que não éramos portugueses), e produtos não fabricados na Bahia, ao ouvir ao mesmo tempo perguntas como de "onde ela está hospedada na cidade com todas essas picadas de insetos?" durante o almoço, e sem saber que íamos aos sítios de cacau e ficávamos na Serra Grande, consolidei ainda mais a minha investigação. Senti esta desconexão, que foi o oposto da ligação que senti com a família do Juan, que nos trouxe para a sua quinta, nos mostrou o seu modo de vida, cozinhou uma comida na sua casa, emprestou roupa, partilhou os seus produtos com a gente e falou da sua vida.
Entrevistas de trabalho de campo com o Otávio e o Seu Erivaldo
Uma questão que foi levantada durante o debate foi: "como aprendemos a construir algo para durar?" e o que acontece quando você abre o portão para o próximo passo. Como é que os agricultores devem saber que direção seguir? Falámos sobre como alguns nem sequer sabem vender, nem têm a rede para fazer isso, ou nem conhecem realmente o solo com que estão trabalhando. Esta questão da longevidade foi levantada no dia em que fomos visitar o Seu Erivaldo, no norte de Ilhéus. Mostraram o sistema de Agroecologia que tinham cultivado, e que tinha apenas 3 anos. Notei que a maioria das árvores era bastante jovem, mas falaram com orgulho sobre como revitalizaram uma terra de matos altos num ecossistema para sustentar a vida biológica e a produção agrícola e que ainda continuará a progredir com o passar dos dias. Algo que nos chamou a atenção é que vimos um menino seguindo seu pai pulverizando biofertilizantes, o que é o epítome das vantagens da agroecologia. A agricultura convencional desviou-se tanto dos métodos agrícolas tradicionais e sucumbiu à utilização de produtos químicos e pesticidas, tornando inseguro estar em torno da produção, mas também para a produção. As grandes empresas em todo o mundo incorporam essa dificuldade, porque produzem grandes quantidades de produtos sem conhecer as fontes e saber o que há neles. Juan expressou seu desgosto por esses enormes negócios, como a Nestlé, que se preocupam mais com o dinheiro do que com boa saúde ou com a conservação da terra. Por outro lado, agro-ecologistas como o Otávio e o Seu Erivaldo compreendem a importância da sustentabilidade. Otávio nos contou um pouco da sua experiência em finanças na Petrobras, que é uma empresa multinacional da indústria petrolífera. Ele falou sobre como trabalhar lá o levou a ficar deprimido, porque ele entendeu como a indústria estava colocando a terra em perigo. Esta epifania fez com que ele deixasse o seu emprego para trabalhar como agro-ecologista. Então perguntei pra ele o que as pessoas ao seu redor achavam da sua decisão, e ele respondeu que não teve apoio das pessoas da cidade.
No caminho para lá, notei uma plantação de coqueiros jovens que eu pensava ser um produto da agricultura de corte e queima, o que levou a minha pergunta sobre os proprietários de terras. Otávio e Seu Erivaldo contaram como a terra foi comprada há quatro anos e como era apenas mato alto para o gado. A minha compreensão básica da agricultura e da pecuária foi uma vantagem porque pudemos ouvir mais sobre as suas opiniões mais amplas sobre uma multiplicidade de tópicos, como sobre os proprietários anteriores, ou como nos últimos 12 anos tinham visto uma mudança tão imensa na terra porque eles não estavam mais usando produtos químicos no solo. Assim como Juan, Seu Erivaldo falou sobre como costumava haver uma grande quantidade de animais e plantas diversas, porém , à medida que as empresas portuárias mineiras de cidades como a de São Paulo entravam na Bahia, elas foram diminuindo aos poucos. Ambos também mencionaram os efeitos das alterações climáticas, uma vez que o aumento das chuvas breves e intensas sobrecarregou os seus sistemas no terreno. Juan comentou sobre isso, também notou a corrosão do solo, mas Otávio teve uma perspectiva mais macro para isso, uma vez que ele tinha estado anteriormente na Petrobras.
Sua principal preocupação era a mudança climática- e isso era palpável para ambos e para Paolo, nosso tutor, por conta do pé de manga. Naquela época, haviam muitas mangueiras; no nordeste do Brasil, desde a Serra Grande até Ilhéus, marcavam a estação pela frutificação da árvore, porém tempo depois isso não foi mais possível, já que haviam muito menos mangueiras. O caju foi outro exemplo da diminuição da disponibilidade de produtos locais. Mesmo neste inverno, deveria ter sido mais frio, mas eles notaram como estava muito mais quente do que o normal. Neste sítio, notei como havia muito mais matéria orgânica, uma vez que os percevejos eram muito mais perceptíveis.
A história de Otavio consolidou também as minhas convicções sobre a forma como a cidade polui os rios e as florestas, mas também inclusive as nossas mentes, vendo como ele falava de como tinha caído deprimido devido ao trabalho que estava fazendo na área de petróleo. Fiz mais uma pergunta sobre as suas convicções sobre a minha pergunta de pesquisa. Observou que 70% da população, há 50 anos, era rural. Mas hoje em dia as pessoas não reconhecem os métodos tradicionais em detrimento dos métodos convencionais, pois mercantilizaram as nossas terras; contaminaram a sua ambição com ganância e mancharam o solo com pesticidas. Otávio mostrou a forma como reconheceu a sua depressão, livrando se dela para procurar viver melhor. Mas ele também compartilhou como também depende de quem você já é no sistema para fazer essas mudanças; aqueles da classe média gravitaram em dar as mãos ao MST, ou entender o que significava viver simples – sua classe, ou sua educação molda você e o caminho que você está disposto a seguir. Então perguntei a mim mesmo, o que é esta emancipação, o que é este processo, o que podemos fazer?
Entrevista De Trabalho De Campo: Terra Vista
No dia 10 de agosto, fomos a Terra Vista em Arataca, a cerca de 3 horas de Serra Grande. Naquele dia, soube que Povos de Mata tinha uma nuance na palavra povos uma vez que se tratava de uma rede semelhante a uma teia de aranha, o que achei imensamente interessante, pois também sintetizava a essência da minha pesquisa relativa ao contraste do concreto estagnado das cidades com a vibração em constante mudança do campo.
O MST enfatizou a importância de ensinar as pessoas a compreender, recorrendo à ideias de assistência e utilizando o privilégio de uns para alavancar o outro. Keoñe e Tarcisio discutiram como procuraram expandir-se para os seus assentamentos, como as Comunidades Quilombolas, para poder ter acesso à educação física e financeira. Eles falaram como um de seus alunos tinha ido para a Faculdade de medicina no Uruguai. Também conversamos com Anna Maria, que veio da cidade com conhecimentos sobre saúde para ajudar o assentamento. Discutiram como os antigos proprietários dos assentamentos ficavam na cidade, e por tanto muito afastados da realidade do que acontece no campo. Assim, o que aconteceu com a sua luta foi encontrar formas de proporcionar às comunidades rurais uma educação institucionalizada porém sem as desviar da mentalidade rural. Eles queriam cultivar o sentido de ser e o sentimento de pertença dos jovens, e mostrar-lhes as sementes plantadas pelos seus antepassados a través de gerações para novamente moldar o seu espaço e construir a sua comunidade. Anna Maria discutiu não apenas o cultivo de práticas de conservação e boa saúde, mas também o conhecimento-com isso, os jovens foram capazes de entender as propriedades do cacau e diversificar suas vantagens.
Discutiram a importância de não só ganhar maior visibilidade do produto, mas também das comunidades que trabalham por trás dele. Eles discutiram como a troca de conhecimentos era importante para unificar e lutar contra o mesmo inimigo-que é o capitalismo e as mega-estruturas. E que precisavam aprender a unificar e fortalecer sua comunidade. Rosemary também discutiu as artes da terra e a importância de trabalhar em conjunto e difundir o conhecimento de como usar nossas plantas como nossos ancestrais fizeram. Os anciãos sabiam a diferença entre a citronela e o capim-limão, entre os frutos do ambiente, e eles nunca ficavam com o conhecimento para si próprios. Eles queriam enfatizar os mesmos princípios para construir conexões e colaboração e descolonizar um sistema capitalista que aprisionou nosso mundo natural.
Conclusão: Ativista Indígena, Barbara
O conhecimento torna-se uma emancipação da ingenuidade. É um ciclo de aprendizagem.
O encontro com Bárbara foi possivelmente o ponto alto das minhas três semanas na Serra Grande. Senti o imenso peso de sua presença poderosa; sua voz era forte, firme e muito calmante. Ela falou sobre a perda das raízes, pois a família migrou para a periferia da capital e foi para a cidade, mas eles estavam em um lugar que não eram compreendidos, e eram vistos como loucos. She talked about the confusion in her existence because she wasn’t sure what had become of her culture. Ela conversou sobre como se sentia perdida e como sua família também sentia o mesmo sofrimento. Eventualmente, ela recebeu educação institucionalizada para usar a mesma ferramenta que os sistemas colonialistas, mas continuou a preservar através desta luta constante para garantir que haja continuidade e esperança para o amanhã, para a próxima geração. Ela falou sobre como seguiu um chamado da Bahia para procurar suas raízes e, ao fazê-lo, conseguiu se reconectar com sua ascendência indígena. Procurou amplificar as vozes do seu povo, da sua comunidade e do conhecimento que tinha passado por gerações.
Naquele dia, compreendi como todos sentimos a mesma dificuldade. Bárbara falou sobre como seu povo entendia como evitar que o céu caísse -- evitar que as mudanças climáticas causassem a fuga de mais organismos e a perda de árvores, como observaram Juan, Otávio e Seu Erivaldo. O assentamento Terra Vista também percebeu como a cidade muda você e como seu ambiente te molda, ao mesmo tempo que tem que lutar para manter a essência da mentalidade rural que entende a importância da colaboração e da conexão. Nas comunidades rurais, as relações das pessoas são mais naturais do que as da cidade e são capazes de cultivar uma comunidade semelhante às relações naturais entre a biodiversidade à sua volta. Percebi que o conhecimento indígena que foi transmitido por gerações foi uma influência subjacente aos princípios que aprendi em todos os meus dias de trabalho de campo. Aprendi que devemos entender a importância de retribuir à terra e cuidar do meio ambiente antes que seja tarde demais. Ouvir o mesmo sentimento repetidas vezes quase soou como uma oração para os meus ouvidos, onde, com fé e esperança possamos transmitir esse conhecimento, e possamos preservar o pouco da beleza natural da terra e esperar pela próxima primavera. As experiências de vida pessoal de Barbara em sentir-se perdida das suas raízes, mas aprender a reconectar-se com o seu ambiente, tornaram-se o epítome e a conclusão da minha investigação, uma vez que me mostrou que nunca é tarde para plantar sementes que quebram o solo e remodelam a floresta. É uma luta constante lutar pela nossa terra, mas temos que aprender com a resiliência dos nossos ancestrais -a luta contra o colonialismo nunca terminou, é perpétua, mas eles são firmes como as árvores da Amazônia. Bárbara ao reaprender isto, e Otávio ao se emancipar, acabam sendo exemplo disso. Quando entendemos como cultivar o solo mantendo seus nutrientes, somos premiados com segurança alimentar, boa saúde e melhores meios de subsistência. Criamos um mundo melhor quando aprendemos a cuidar dele.
Brazil Field Research: Agroforestry
Penelope Lagera | 2023
Introduction
Before arriving in Serra Grande, I almost dreaded the trip because as the days got closer to our flight, I was afraid that I wasn’t capable nor equipped with the right expertise to achieve good fieldwork. No matter how much I watched or read pre-departure resources, I questioned my abilities to immerse myself in the fieldwork. No matter how much I watched or read the pre-departure resources, it was difficult for me to fully grasp the concepts presented. But the second we arrived in Serra Grande and I was able to feel the nostalgic weather, and see familiar communities, I realized that this was not a completely brand new experience for me because I came from the Philippines, a small country comprised of hundreds of islands. I realized over the course of my trip that the two countries held similar colonial pasts, as the countries we know today were built atop the barren lands left by colonialism. I chose Agroecology as my fieldwork research because I also come from a family of farmers, but I have always felt disconnected from it because I had left my country over a decade ago.
This fieldwork research project reminded me of who I am, and what our existences shaped by colonialism represent. Brazil reminded me of the importance to continuously resist colonialism, and that our triumph in our everyday lives becomes the hope for our better tomorrow. Brazilians showed me that their hearts are stronger than any imperialist power. Their resilience is palpable; no matter the circumstances, they would find a way around it. They know how to build homes with so little, and they know how to turn dirt into pathways to connect themselves to each other. My research explored the intersectionality of environment and their sense of being; as I wanted to focus on the ability of physical environments moulding you, because your surroundings and your upbringing nourishes how you interact with the world and the people around you, but as beautifully put by an Indigenous activist, “even if they cut off our roots, it only takes one drop of fertilizer” for our flowers to bloom as we wait for the next spring. This paper explores my understanding of how my roots converged with those of the people of Serra Grande, and how their ability to plant gardens and break through concrete had shown me the importance of sustainability, conservation, and remembering the meaning of life that had been passed on for generations.
Before Entering the Field: Learning About Agroecology
Our tutor Paolo taught us about biodiversity – successional changes in the forests, principles of seed rain, pioneer species, native species, foreign species, and how local biodiversity matters in how plants grow because it helps maintain the integrity of the forest and return nutrients to the soil. Agroecologists understand which plants give structure and help decrease erosion, and they replant for restoration of the forest. They don’t do anything new, they simply mimic existing processes of the forest and try to replicate it. We learned about the basics of the cacao process beforehand, but I realized the great advantage of being out in the field was that you get to experience the climate, the working conditions, and to understand the vast land that farmers try to work with.
There was one question that I thought of after reading Cultivating Hope, and it was “what kind of relationship will you have with the people you interact with?”. In understanding that our positionality, and our relationship as researcher and participant, may affect the results, I made an effort to try to seek out a relationship that showed I really did want to understand the subject matter. I wanted to become “just another (person)” rather than simply “the Other.” This conception strengthened my fieldwork research throughout the three weeks, as it helped me build connections with the people of Serra Grande.
Fieldwork Interviews with Donna Jô
Our first field day was in Bairro Novo, where we got to meet Donna Jô, who came to Bahia in 2002 and worked in the social sector but didn’t want to register her profession as a grassroots activist because of safety reasons. She talked about how difficult it was to get things done a s a collective because people don’t care about the local communities. If there’s a problem, people solve it themselves. Climate change is an example of this, which has been a reoccurring undertone to all of our fieldwork because in 2015, there was a drought that affected 90 municipalities in Bahia, causing shortages in drinking water, damage to agriculture and livestock. Donna Jô discussed a lot of things, but we got to see the community garden as she shared how agroecology is being taught in schools. She talked about her hopes in how the garden would teach the youth in how to work as a collective, and their goal was to have 30 kids working in the garden, about 2 a week, in partnership with the community library, but she identified how difficult it was as the youth were losing interest in learning about these practices and they were going off into the city. But she was determined about the community garden, and so is Paolo, because they both understand how plants know how to work together naturally, but people struggle to do so because we don’t always think as a collective.
Fieldwork Interviews with Juan, Gili, Luli, Matita
On August 7th, we went to a family cacao farm, where we got to meet Juan, Gili, their daughter Luli and her boyfriend Matita. Here was where I really learned the meaning of positionality, or outlined the researcher aspect of it. After showing us the farm, they brought us to the waterfall. I didn’t have a swimsuit or a change of clothes or a towel, but I couldn’t help myself. Luli offered me a hand, and she guided me to the waterfall and I remember how amazing it felt. I walked back to the house barefoot because I was soaking wet, but I was given a change of clothes by Gili. We all shared a meal, before we began our interviews. We split into groups and I interviewed Juan. Due to my family background in agriculture, it was felt easy for me to talk to Juan because we had a mutual understanding that it was difficult to find a place with the people who share a similar way of thinking in understanding and appreciating the land.
Juan talked about how the slash and burn practice from foreigners caused the butterflies and other organisms to leave, and how the diversity of aquatic life dwindled. While being from Argentina, he shared how after 7 years he learned how the land behaves. He learned which trees cultivate the ground, he learned which species were native, and he learned about how to access the market. Citing climate change, Juan discussed how his family has to pay a price for a problem he didn’t contribute to with fossil fuels and capitalist greed. He talked about how the geographic formation of his farm is below a rock formation that has slowly eroded over the years, but has undeniably accelerated due to the effects of climate change and heavy torrential rain and deforestation as there are less and less trees to prevent the soil from hardening and turning into a clay-like substance that cannot cultivate their crops. He shared how people needed to work together. In their faming community, he talked about you can come to your neighbour for help to build the bathroom -- that they could simply drink, smoke, laugh and achieve such a feat. He then talked about how people go to the city, and that nobody wants to stay here, and the youth dream beyond their family farms and seek out the city.
We bonded over how the city makes you disconnected from the Earth, and from each other. Our minds become polluted with capitalism, and we lose sight of the natural beauty around us because we build buildings over gardens, we cut down trees, and we create concrete jungles while burning down what had been on our planet ages ago. This conversation I had with Juan led me to develop my research question, in understanding the narrative of how the relationships created in metropolitans are a stark contrast to the relationships that bloom in rural areas.
Fieldwork Interviews with Laís, Tatiane and Aguída
Our next fieldwork was in Uruçuca, where we participated in a debate with Laís from Serra Grande, Tatiane and Aguída, the Director of Agriculture for the municipality. During the debate, they discussed a multitude of topics but I was more interested in hearing more about their work towards community solidarity, and how they reach out to families like Juan’s, who noted in our interview that he didn’t feel like he was receiving enough support especially in reaching markets, as they mentioned they tried to sell on the internet to access the international market but failed. While it was very interesting seeing the three different perspectives, it solidified my perception of how the city or the higher ups who resided in the city, felt disconnected from the practices on ground. As a political science major, seeing the skill of answering a question without actually giving an answer was nothing new but it was interesting to feel how the positionality was highlighted during this fieldwork, which contrasted the humble and light-hearted interviews I had with Donna Jô, and Juan where it felt like an conversation. While we discussed topics such as encouraging good food for good health, and highlighting food safety and not just food sovereignty in Brazil, and to replant the seeds of ancestral knowledge and fertilize our future beyond just seeing cacao as a commodity, it was always diverted by the Director that this was not just a Bahia problem, or a cacao problem, but a Brazil problem. We were told that commercialization was already hard, but we had to look at the bigger picture of Brazil and understand that the work they are doing was already great. We also learned about the meaning of assistance-ship, which is the practice of giving fish rather than teaching one how to fish. But Tatiane emphasized that we must understand farmers, who understand their produce, and that we should be helping them and working together. These efforts become the foundation of MST or Povos de Matas which is a network who work as a collective to empower farmers and agroecologists and people who believe in wanting to make a change. But even if they were working to diversify and mobilize themselves, they need further help from public policy to help them. However, this day epitomized my research question because the contrast in them giving us a gift basket with brochures in Portuguese (knowing we weren’t Portuguese), and products not made in Bahia, while hearing sentiments of “where is she staying in the city with all of those bug bites?” during lunch not knowing we were going to cacao farms and staying in Serra Grande, consolidated my research even further. I felt this disconnect, which was the opposite of the connection I felt with Juan’s family, who brought us to their farm, showed us their way of life, cooked us a food in their home, lent me clothes, shared their products with us and talked about their lives.
Fieldwork Interviews with Otávio and Seu Erivaldo
An issue that was brought up during the debate was, “how do we learn how to build something to last?” and what happens when you open the gate towards the next step. How are the farmers supposed to know which direction to go? We talked about how some don’t even know how to sell, or have the network to do so, nor do they really know the soil that they are working with. This issue of longevity was brought up on the day we went to visit Otávio and Seu Erivaldo, in the north of Illhéus. They showed us the agroecology system that they had cultivated, which was only 3 years old. I noticed most of the trees were rather young, but they spoke proudly about how they revitalized a land of tall grass into an ecosystem to support organic life and agricultural produce and that it will continue to progress as the days go. One notable sight we saw was a little boy following his father spraying biofertilizer, which is the epitome of the advantages of agroecology. Conventional farming has gone so astray from traditional farming methods and have succumbed to the use of chemicals and pesticides, making it unsafe to be around the production but also for production. Mass corporations around the world embody this difficulty, because they produce large amounts of products without knowing the sources, and knowing what’s in it. Juan signified his distaste for these enormous businesses such as Nestle, who care more about money than having good health or conserving the land. On the other hand,, agroecologists such as Otávio and Seu Erivaldo understand the importance of sustainability. Otávio told us about his background in working in finance for Petrobras, which is a multinational corporation in the petroleum industry. But he talked about how working there had caused him to fall depressed, because he understood how the industry was endangering the Earth. This epiphany made him leave his job to work as an agroecologist instead. I asked about how people around him there perceived his decision, and he signified how he lacked the support from the people in the city.
On the way there, I noticed a young coconut tree plantation that I thought to be a product of slash-and-burn agriculture, which prompted my question regarding the landowners. Otávio and Seu Erivaldo told us about how the land was purchased four years ago, and how it was merely tall grass for cattle. My basic understanding of agriculture and farming was an advantage there because we were able to hear more on their wider opinions on a multitude of topics such as their on the previous owners, or how the last 12 years had seen such an immense change in land because they were no longer using chemicals in the soil. Similarly to Juan, Seu Erivaldo talked about how there used to be vast numbers of animals and diverse plants, but as mining port companies from the cities such as São Paulo came into Bahia, they slowly dwindled. They both also mentioned the effects of climate change as the increase in brief and intense rain, has overwhelmed their systems on the ground. Juan spoke of this as well as he noticed the soil corrosion, but Otávio held a macro perspective to this as he was formerly in Petrobaras.
His main concern was climate change -- and this was palpable to both of them and Paolo our tutor through the mango tree. Back then they used to be a lot of mango trees; northeast Brazil from Serra Grande to Illhéus, used to mark the season by the fruitation of the tree, but they were no longer able to do so as there was so much less. Cashews were another example of the diminishing availability of local produce. Even in this winter season, it should have been colder but they noted how it was much hotter. In this farm, I noticed how there was much more organic matter as the bugs were a lot more noticeable.
Otavio’s story was one that also consolidated my beliefs in how the city pollutes the rivers and the forests, but also our minds, as he talked about how he had fallen depressed due to the work he was doing in petroleum. I asked a further question on his beliefs on my research question. He noted that 70% of the population, 50 years ago, was rural. But nowadays people don’t recognize traditional methods over conventional methods as they have commodified our lands; they tainted their ambitious with greed and tainted the ground with pesticides. Otávio shared how he recognized his depression and emancipated himself from this and sought to live better. But he also shared how it also depends on who you already are in the system to make these changes; those of the middle class gravitated towards holding hands with MST, or understanding what simple living meant – your class, or your upbringing shapes you and the path you are willing to take. So I asked myself what is this emancipation, what is this process, what can we do?
Fieldwork Interview: Terra Vista
On August 10th, we went to Terra Vista in Arataca, about 3 hours away from Serra Grande. That day, I learned that Povos de Mata had a nuance in the word povos as it was a network that was akin to one of a spiderweb, which I found immensely interesting as it also epitomized the gist of my research pertaining to contrasting the stagnant concrete of the cities with the everchanging vibrance of the countryside.
MST emphasized the importance of teaching people how to understand, drawing back on the ideas of assistance-ship, and using one’s privilege to leverage another. Keoñe and Tarcisio discussed how they sought to expand to their settlements such as the Quilombo communities, so that they have access to education both physically and financially. They shared how one of their students had gone off to medicine school in Uruguay. We also talked to Anna Maria, who came from the city with the knowledge of health to help the settlement. They discussed how the previous landowners of the settlement were in the city, far disconnected from the reality of what happened on the ground. So what became of their struggle, was finding ways to provide rural communities with institutionalized education without leading them astray from the rural mentality. They wanted to cultivate the sense of being and the sense of belonging of the youth, and show them the seeds planted by their ancestors from generations again to shape their space, and build their community. Anna Maria discussed not only cultivating conservation practices and good health, but also knowledge -- with this, the youth were able to understand the properties of cacao and diversify its advantages.
They discussed the importance of not only gaining greater visibility of the product, but also the communities that work behind it. They discussed how the exchange of knowledge was important to unify and fight against the same enemy -- which was capitalism, and megastructures -- because they needed to learn how to unify and strengthen their community. Rosemary also discussed the arts of the land, and the importance of working together and spreading the knowledge of how to use our plants like our ancestors did. Elders knew the difference between citronella and lemongrass, and the fruits of the environment, and they never held knowledge to themselves. They wanted to emphasize the same principles to build connections and collaboration, and to decolonize a capitalist system that has imprisoned our natural world.
Conclusion: Indigenous Activist, Barbara
Knowledge becomes an emancipation from naivete. It’s a cycle of learning.
Meeting Barbara was quite possibly the highlight of my three weeks in Serra Grande. I felt the immense weight of her powerful presence; her voice was strong, and steady, and so very calming. She discussed the loss of one’s roots, as her family migrated to the periphery of the capital and went to the city, but they were in a place they weren’t understood, and they were seen as mad. She talked about the confusion in her existence because she wasn’t sure what had become of her culture. She discussed about how lost she felt, and how her family felt the same suffering too. Eventually, she received institutionalized education to use the same tool as the colonialist systems, but she continued to preserve through this constant struggle to make sure that there is continuity that there is a hope for tomorrow, for the next generation. She talked about how she followed a call to Bahia to look for her roots, and in doing so, she was able to reconnect with her Indigenous ancestry. She sought to amplify the voices of her people, her community, and the knowledge that had been passed on for generations.
That day, I understood how we all had the same struggle. Barbara talked about how her people understood how to prevent the sky from falling -- to prevent climate change from causing more organisms to leave and the loss of trees, as Juan, Ótavio, and Seu Erivaldo noted. The Terra Vista settlement held similar sentiments of understanding how the city changes you and how your environment shapes you, as they struggled to retain the essence of the rural mentality that understood the importance of collaboration, and connection. In rural communities, people’s relationships are more natural than those of the city and they are able to cultivate a community akin to the natural relationships between the biodiversity around them. I realized that the Indigenous knowledge that had been passed on for generations had been an underlying influence on the principles I learned from all of my fieldwork days -- that we must understand the importance of giving back to the Earth, and taking care of the environment before it’s too late. Hearing the same sentiment over and over again almost sounded like a prayer to my ears, that hopefully by passing on this knowledge, we can preserve what little we have of the natural beauty of the earth and wait for next spring. Barbara’s personal life experiences in feeling lost from her roots but learning how to reconnect with her environment became the epitome, and the conclusion of my research, as it showed me that it is never too late to plant seeds that break the soil and reshape the forest. It is a constant struggle to fight for our Earth, but we must learn from our ancestry’s resilience -- the fight against colonialism has never ended, it is perpetual, but they are steadfast as the trees in the Amazon. Barbara relearning this, and Ótavio emancipating himself epitomized this. When we understand how to cultivate the soil and maintain the nutrients, then we are awarded with food security, good health, and better livelihoods. We create a better world when we learn how to take care of it.